O TEMIDO EXAME DE SUFICIÊNCIA
O TEMIDO EXAME DE SUFICIÊNCIA
Antigamente, quem fosse disputar um campeonato amador de boxe, deveria passar por um "exame de suficiência" para ter sua inscrição aceita no torneio. No maior campeonato amador do país era assim que funcionava: para lutar tinha que mostrar que sabia um pouco de boxe.
Quando o Campeonato Popular da Gazeta Esportiva foi criado, em 1941, todos os 101 inscritos tiveram que participar de um teste com luvas, um sparring, para mostrar que tinham condições mínimas para lutar boxe. Doze rapazes tiveram suas inscrições negadas. O treino era realizado com algum boxeador profissional ou amador experiente, apenas alguns minutos de sombra para em seguida subir no ringue e mostrar o que sabe! Os exames de suficiência eram eventos públicos, abertos, e as academias ficavam lotadas no dia do teste, aumentando o nível de tensão. Além do público, seu futuro adversário também estaria lá te observando...
Em 1957, ano das fotos que ilustram este texto, apenas precisaram fazer o exame de suficiência os boxeadores inscritos como "avulsos", sem defender nenhum clube. Isso mesmo, voce podia se inscrever como "avulso" caso não fosse ligado a nenhuma academia, porém deveria provar que sabia o mínimo de boxe. No teste de suficiência deste ano, um dos veteranos a fazer luvas com os novatos foi Benjamin Ruta, treinador que tinha 44 anos de idade e aposentado há mais de dez. Ruta era o treinador da Academia Guarani, onde ocorria o evento, no Bela Vista, e não aliviou para os novatos: dos oito examinados, três foram reprovados.
Pesquisa e texto: Breno Macedo
Mestre em História do Boxe - USP
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